quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Você

Agora estou embriagada pelo sono e pela sua ausência;
Envolvendo estrelas em meus pecados, testemunhas silenciosas desse crime de omissão;
Não vejo, não cheiro e não toco, não ouço e nem provo qualquer coisa, mas sinto, e o que sinto confunde e ao mesmo tempo aguça cada sentido;
Metade da noite em claro, outra metade em suspiros;
Olhos, incansáveis, fieis vigilantes da sua figura, com pulmões se enchendo de tudo aquilo que imagino se aproximar do sei cheiro, toco a superfície mais macia sabendo de sua aspereza comparada a sua pele, e quando qualquer som agradável premia meus ouvidos lamento saber o quão incomodo seria se sua voz fosse posta no páreo;
Mas não poderia comparar-se com a sensação que o sonho me deixa ao chegar o despertar, mesmo quando os olhos se abrem, o suave formigamento nos lábio, tão prazeroso e mesmo assim, nada;
E todas as sensações fantasiadas, todas as alegrias pela metade, tudo nada comparado ao objeto de inspiração que resultou essa confissão, tudo nada, comparado a realidade que poderia...
Uma realidade que talvez nunca tenha, nunca chegue...
Uma realidade que mesmo distante, e ainda com oração contraditória, tão bem me faz sonhar.

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